sábado, 28 de novembro de 2009

Acento circunflexo-regras mudaram

A respeito do acento circunflexo, algumas regras mudaram. Vejamos:
1. Não existe mais acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que possuem o “e” tônico fechado em hiato na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo.
Isso ocorre com os verbos: crer, dar, ler, ver e seus derivados, como: prever, reler, descrer, etc.
Assim, o certo era: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem. Agora, fica: creem, deem, leem, veem, releem, preveem.
Importante: A acentuação dos verbos ter e vir e seus derivados não modifica:eles têm, eles vêm.
2. De igual modo, o acento circunflexo deixa de existir na vogal tônica “o” de palavras paroxítonas, assim como: enjoo, povoo, voo, abençoo, perdoo.
3. O acento circunflexo ou agudo será aceito em palavras proparoxítonas, cujas vogais tônicas sejam “e” ou “o” no final de sílaba e seguidas nas consoantes nasais “m” e “n”, conforme a pronúncia na norma culta.
Por exemplo: a palavra fenômeno/fenómeno tem a vogal tônica “o” que termina a sílaba “no” (fe –no- me- no), a qual é seguida da consoante nasal “m” (me), assim, este vocábulo poderá vir grafado ou com acento circunflexo ou com agudo, dependendo da língua culta.
Dessa maneira, no Brasil a pronúncia culta é feita com timbre fechado e, portanto, é mais certo que acentuemos tal palavra com circunflexo: fenômeno.
De acordo com essa regra acima, também podemos apontar: acadêmico/académico, gênero/género, tônico/tónico, blasfêmia/blasfémia, fêmea/ fémea, anatômico/anatómico, gênio/génio, tênue/ténue, cômodo/cómodo, Amazônia/Amazónia.

Por Sabrina VilarinhoGraduada em LetrasEquipe Brasil Escola

HIFEN - O que não mudou?

Para não gerar dúvidas, vejamos os casos mais comuns do uso do hífen que continua o mesmo depois do reforma ortográfica:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, eva-do-chá, abóbora- menina, erva-doce, feijão-verde.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-n. úmero, recém-casado, aquém-fiar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena, etc.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- quando associados com outro termo que é iniciado por r: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex- diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. 9. Na ênclise e tmese: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
Por Sabrina VilarinhoGraduada em LetrasEquipe Brasil Escola

Não se emprega o hífen:

Não se emprega o hífen:

1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se em r ou s. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.

2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.

3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos des- e in- e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil, desumidificar, etc.

4. Nas formações com o prefixo co-, mesmo quando o segundo elemento começar com o: cooperação, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Em certas palavras que com o uso adquiriram noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc. 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito, benquerer, benquerido, etc.

Emprega-se o hífen:
1. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo uma palavra iniciada por h: sub-hepático, eletro-higrómetro, geo- história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-homem.
2. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
Por Sabrinha VilarinhoGraduada em LetrasEquipe Brasil Escola
Veja também!
Hífen - O que permanece igual?

“a” ou “há”

Para saber se você deve usar “a” ou “há” apresentamos aqui algumas dicas para facilitar a eliminação de dúvidas a esse respeito:
• Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado na terceira pessoa do singular.
Exemplo:
Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.
Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.
• Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”.
Exemplos:
Há muito tempo não como esse bolo. Faz muito tempo que não como esse bolo. Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase, emprega-se “há”.
Exemplos:
Há cinco anos não escutava uma música como essa. Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa.
Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”.
Exemplos:
Daqui a pouco você poderá ir embora.
Estamos a dez minutos de onde você está. Importante: Não se usa “Há muitos anos atrás”, pois é redundante, pleonasmo. Não é necessário colocar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no sentido de tempo decorrido.

Por Sabrina VilarinhoGraduada em LetrasEquipe Brasil Escola

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

SIMULADO DE PORTUGUÊS

1- Simulado de Português para AFT - fórum

Texto para reflexão e treino da interpretação:

Obs: Leia o texto abaixo buscando fazer uma análise crítica sobre seus principais pontos-chave e a principal idéia transmitida pela autora.

Educai o coração da mulher, esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis e com a prática dos deveres, inspirando nela o deleite que se experimenta ao cumpri-los, purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz.

Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão, fazendo-a crer que é rainha, quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos. Não façais dela a mulher da Bíblia, a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela (aqui em sentido figurado); nem muito menos a mulher da Idade Média: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo; mas a mulher que deve progredir com o século dezenove, ao lado do homem, rumo à regeneração dos povos.
Guarde-se bem o homem de ter a mulher para seu joguete, ou sua escrava; trate-a como uma companheira da sua vida, devendo ela participar de suas alegres e tristes aventuras; considere-a desde o berço até seu leito de morte, como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dele, e por conseguinte sobre o destino das nações; dedique-lhe, por último, uma educação como exige a grande tarefa que ela deve cumprir na sociedade como o benéfico ascendente do coração, e a mulher será como deve ser, filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe.

(1859) Floresta, Nísia. Cintilações de uma alma brasileira. Florianópolis / Santa Cruz: Ed. Mulheres / Ed. Da Unisc, 1997 – p. 115-7).

Questão 01 (fonte: Esaf)- Ordene os segmentos seguintes de modo a formar um
texto coeso, levando em conta os sinais de pontuação necessários para garantir essa coesão. A seguir, marque a ordenação correta.

(2 ) QUANDO SE FALA EM TRABALHO, LEMBRA-SE DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT)
( ) PENSE NAS DISCUSSÕES SOBRE A FLEXIBILIZAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
( ) O PAPEL DO ESTADO COMO AGENTE DIRETO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
( ) QUANDO SE FALA EM ESTADO INVESTIDOR
( ) EMBORA NA ORDEM DO DIA, TODAS ESSAS QUESTÕES TÊM UMA ORIGEM ANTIGA: VARGAS
( ) OU O CONTROLE DO GOVERNO SOBRE ATIVIDADES CONSIDERADAS ESSENCIAIS
( ) LEMBRA-SE DA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL (CSN)
(Baseado em Antenor Nascimento)

,a) 4, 3, 1, 7, 6, 2, 5
b) 5, 1, 2, 6, 4, 3, 7
c) 2, 3, 7, 5, 4, 6, 1
d) 3, 4, 1, 6, 7, 2, 5
e) 2, 6, 3, 4, 1, 5, 7

Questão 02 (fonte: Esaf) - Assinale o item sublinhado que representa erro gramatical.

Foram inauguradas
(A) recentemente as novas instalações de armazenagem de óleo combustível marítimo pela Transpetro, no Terminal do Rio Grande. A subsidiária da
Petrobrás investiu R$ 7,5 milhões no empreendimento, que visa a garantir(B) maior agilidade e segurança as(C) operações de carga e descarga dos produtos no Porto de
Rio Grande. A Agência Nacional de Petróleo concedeu aprovação ao projeto após vistoria nas instalações. Foram implantados três tanques de armazenamento e duas
linhas que os interligam(D) ao píer(E) petroleiro do Porto.
A construção da tancagem e dos dutos portuários foi
iniciada em outubro de 2002.
(Adaptado de texto de http://www.mme.gov.br)
a) Foram inauguradas
b) visa a garantir
c) as
d) interligam
e) píer

Questão 03 (fonte: Esaf) - Marque o segmento do texto de Ferreira Gullar que foi
reproduzido com erro.
a) Foi há muitos anos quando me vi de repente
metido numa feroz campanha eleitoral, no agreste
maranhense.
b) O governo estadual, sabendo que os chefes
políticos mais fortes da região eram da oposição,
mandou para lá um destacamento da polícia militar
que não brincava em serviço.
c) A primeira vez que falei pelo alto-falante da casa
do prefeito criticando o governador, uma rajada de
tiros me fez parar o discurso.
d) Eu tinha 20 anos, nunca me metera em política e
não saberia explicar porque estava ali, tão longe
de casa, brigando uma briga que não era minha.
e) Mas, desafiado, resolvi topar a parada.

LÍNGUA PORTUGUESA
O texto abaixo serve de base para a próxima questão :

Não é mistério para ninguém que, antes de 1889,
uma parte mais ou menos importante de diversos
empréstimos externos foi destinada ao serviço
dos juros vencidos de dívidas já existentes.
Esse fato foi se acentuando cada vez mais, de
sorte que os últimos empréstimos externos no regime
republicano foram quase completamente
absorvidos no pagamento de juros de dívida no
exterior.

A única diferença entre tal fato e o que se dá no
acordo de 15 de junho é que, neste, o empréstimo,
para pagamento dos juros da dívida externa e
garantia de estradas de ferro durante três anos,
foi feito pelos mesmos credores a quem era devido
o pagamento desses juros, ao passo que em
outras épocas os novos empréstimos foram tomados
por pessoas diversas.
O fato financeiro essencial nesta questão é o pagamento
de uma dívida com os recursos obtidos
por um novo empréstimo. Esse fato essencial
existe entre nós, há muitos anos; o fato acidental
é ser o empréstimo feito pelos mesmos credores
dos juros vencidos: isso é o que se deu de especial
no acordo de 15 de junho.
É por isso, Sr. Presidente, que ninguém poderá
negar que o embrião desse acordo vem dos tempos
do antigo regime e que a República, longe de
destruí-lo em seus elementos essenciais, o alimentou
e desenvolveu, determinando a explosão
da catástrofe financeira de que aquele acordo é a
expressão.

(Relatório apresentado ao Presidente da República dos
Estados Unidos do Brasil, pelo Ministro de Estado dos Negócios
da Fazenda, Joaquim Murtinho, ano de 1899)

Questão 04 (c/ alterações – questão adaptada Esaf)
- No tocante às informações do texto relativas ao
acordo de 15 de junho, assinale a opção correta.

a) Constituiu seu fato essencial a captação de
recursos externos empregados na construção
de estradas de ferro.
b) Ele constituiu um empréstimo do governo
central para províncias endividadas com o
Tesouro quitarem débitos vencidos.
c com os mesmos credores a quem era
) Caracterizou-o o fato inusitado de ser contraído
devido o pagamento de juros vencidos.
d) O acordo foi firmado nos últimos anos do
regime republicano.
e) O fato financeiro acidental foi o empréstimo
ter gerado uma catástrofe nas contas externas
da recém República.

Leia o texto abaixo para responder à questão
05.

A população sertaneja é e será monarquista por
muito tempo, porque no estádio inferior da evolução
social em que se acha, falece-lhe a precisa
capacidade mental para compreender e aceitar a
substituição do representante concreto do poder
pela abstração que ele encarna, pela lei. Ela carece
instintivamente de um rei, de um chefe, de
um homem que a dirija, que a conduza e, por
muito tempo ainda, o Presidente da República, os
presidentes dos Estados, os chefes políticos locais
serão o seu rei, como, na sua inferioridade
religiosa, o sacerdote e as imagens continuam a
ser os seus deuses. Serão monarquistas como
são fetichistas, menos por ignorância do que por
um desenvolvimento intelectual, ético e religioso,
insuficiente ou incompleto.
(Raimundo Nina Rodrigues, As Coletividades Anormais, S.
Paulo, 1939)

Questão 05- Julgue se as proposições 1, 2 e 3 expressam a
leitura correta do texto, reproduzindo as idéias
nele contidas sem distorcer e desvirtuar a significação
textual. Marque, a seguir, a opção correta.
1. Dada a situação de repúdio às relações sociais
do homem sertanejo, falece-lhe a capacidade
mental responsável pelo pensamento
abstrato.
2. No aspecto religioso, a população sertaneja
padece da mesma inferioridade que demonstra
ter em relação à representação política.
3. Menos por ingenuidade e mais por ignorância,
a população do interior adere instintivamente
e se submete passivamente ao ideário
monarquista.

a) Está correta apenas a proposição 1.
b) Todas as proposições estão incorretas.
c) Estão incorretas as proposições 1 e 3.
d) Todas as proposições estão corretas.
e) Estão corretas as proposições 1 e 2.